quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ângela Davis


Nasceu em 1944 e permanece viva até hoje. Esta norte americana ficou internacionalmente conhecida na década de 70 como ativista radical do movimento político black power- as panteras negras.
Oradora brilhante, seus escritos mais populares em periódicos de divulgação da causa negra revelam habilidades analíticas sofisticadas. Sua persona pública está associada a elementos míticos de uma época em que o movimento estudantil alcançou proporções internacionais e o movimento negro alcançava uma dimensão política sem precedentes na trilha das reivindicações de Martin Luther King (também filósofo).
Poucos sabem Davis que teve formação filosófica acadêmica, foi aluna de Herbert Marcuse e fez seu doutorado na Alemanha, na Universidade de Frankfurt, estudando Kant, Hegel e Marx com Habermas e Adorno (que orientou sua tese), entre outros. Nos Estados Unidos, em sua graduação, havia estudado com Herbert Marcuse e há uma hipótese de que ele se refira a ela em seu Ensaio sobre a Liberação(1969) “ What are the people in a free society going to do? The answer which, I belive, strikes at the heart of the matter was given by a young black girl. She said: for the first time in our life, we shall be free to think about what we are going do.”
Interessava a Ângela Davis as ferramentas e os pressupostos da teoria crítica dos pensadores da Escola de Frankfurt, assim como interessava a ela sua própria realidade e o destino político da comunidade negra norte americana. E interessava-se por estes temas como mulher, negra, política e pensadora, não nesta ordem, mas de uma forma indissociável. É por isto que na filosofia vai debater os conceitos de liberdade e liberação, bem como reivindicar a reflexão sobre sexismo e racismo como temas teóricos relevantes, ao lado de classe e poder, do mesmo modo que na militância no movimento pela Liberação Negra americana, vai lutar para incluir a perspectiva de gênero.
Davis considera o racismo e o sexismo, junto com as classes sociais como os elementos que constituem os pilares do capitalismo. Ação e reflexão são dois aspectos inseparáveis de sua vida e obra, e seu trabalho enfocou três áreas: teoria crítica, teoria da liberação negra, teoria feminista. Seus escritos trazem um pensamento transformador para a reflexão filosófica no século XX, embora as questões que levantou ainda estão longe de serem superadas. Os títulos de alguns de seus trabalhos são: Lectures on Liberation (1971); Angela Davis: An Autobiography (1974); Women, Race & Class (1981); Meditations on the Legacy of Malcon X (1992); Afro Images: Politics, Fashion, and Nostalgia (1994); Black Women in Academy (1994) Na Essay on Liberation (1969) (conf. artigo Notorious Philosopher. The transformative life and work of Angela Davis, em: Linda Lopez McAlister, Hipatia’s Daugethers)

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