quinta-feira, 31 de julho de 2008

Simone Weil


Nasce em 1909e morre em1943. Nasceu em Paris, filha de uma família judia, mas não recebeu educação religiosa. Foi aluna do filósofo Alain [Émile August Chartier] de 1925 até 1928; em 1931 conseguiu a habilitação para ensinar filosofia na Escola Normal Superior. Durante alguns anos foi professora do instituto mas, seguindo seu impulso político e sua fé caritativa, decidiu fazer parte da classe operária: dividia seu salário com eles e se interessava por seus problemas humanos e sindicais. Renunciou ao ensino em 1934 e começou a trabalhar como simples operária. Em 1936, quando estourou a guerra civil espanhola, partiu para unir-se aos militantes antifranquistas impulsionada por um internacionalismo que comprometia os intelectuais, escritores e militantes de esquerda do mundo todo. Vítima de um acidente, viu-se obrigada a voltar. Dedicou-se, então, a viajar pela Itália, onde também visitou Assis. Em 1938, já iniciada sua “conversão” ao catolicismo, situou o problema religioso como o centro de seus interesses. Simone Weil nunca chegou a ser uma católica, mas buscou elevar-se em uma religiosidade essencial que brotava de suas intuições mais pessoais e profundas. Suas reflexões políticas e filosóficas, a partir da análise do marxismo e de sua experiência na fábrica, é uma crítica às idéias de poder, de estado e de burocracia, e uma análise do esvaziamento e da perversão da autoridade, ao mesmo tempo em que defende o trabalho como valor humano, um símbolo de humanidade e materialidade do homem e defronta-se com sua condição de alienação estrutural e metafísica. Daí surge a necessidade religiosa, ao resgate do caráter sagrado da experiência moral e das relações humanas e mundanas.
Sua contribuição filosófica política e moral, aliada ao seu percurso biográfico, revela uma das personalidades mais complexas e interessantes do século XX. Seus textos refletem e tematizam sua experiência e suas intuições, bem como seu percurso pelo marxismo até a religião como experiência iluminadora do sentido da ética. Reflexões sobre as causas da liberdade e da opressão social (1934); Reflexões sobre as origens do hitlerismo e A Ilíada, poema da força (1939); Deus em Platão (1940); Intuições pré-cristãs (1941-42); Apego. Prelúdio para uma declaração dos deveres para o ser humano (1942-43). Sua saúde debilitada ao longo dos anos a levou a morrer em agosto de 1943, no sanatório de Ashford, em Londres, onde ainda se dedicava a um último projeto político e de pesquisa.
Obras traduzidas:
A Condição Operária e Outros Estudos Sobre a Opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
A gravidade e a graça. São Paulo:ECE, 1986.
Espera de Deus. São Paulo:ECE, 1987.
Aulas de filosofia. Campinas, SP: Papirus, 1991.
Pensamentos desordenados acerca do amor a Deus. São Paulo:ECE, 1991.
O enraizamento. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
Opressão e liberdade. Bauru, SP: EDUSC, 2001.

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